A minha visão do Aborto !

Recebi um e-mail de um amigo, o Nuno Rosa, com um questionário nada tendencioso e nada mal construído sobre o aborto. É de um desses sites de uma dessas campanhas pelo Não à despenalização...

Atenção, estas perguntas são mesmo reais, não são ficção. Peço desde já desculpa aos abor... perdão, aos autores por não concordar com elas !

PS: O Nuno não foi o autor das questões nem compactua com tanta mesquinhez !


1. A uma mulher com dificuldades na vida é a morte do filho que a sociedade oferece?
R: Não ! A sociedade moderna oferece um debate público sobre qual a legislação que os Portugueses pretendem optar para uma matéria sensível. Se o sim à despenalização do aborto vencer, então essa é a vontade dos Portugueses, que assim demonstram sentido democrático ao votar numa opção que possibilita que a mulher Portuguesa, em situações extremas, como problemas de saúde, má formação do feto, violação ou pobreza/ dificuldades elevadas possa optar por trazer ao mundo uma criança que dificilmente terá uma vida condigna ou optar por abortar um feto !

2. Liberalizar o aborto torna a sociedade solidária?
R: Sim, torna. Reflecte uma sociedade tolerante para quem tem problemas severos.

3. A mulher é mais digna por poder abortar?
R: Não é mais digna, mas o aborto dentro das circunstâncias previstas permite que a mulher preserve a pouca dignidade que lhe resta

4. Uma sociedade que nega o direito a nascer, respeita os Direitos Humanos?
R: Sim. Uma vez que estamos a falar da vida de um feto e não da vida de um ser humano... A diferença entre um feto e um Ser Humano é que pare se ser humano tem que se ter memória e consciência, algo que um feto com 10 semanas não tem.
Desrespeitar os Direitos Humanos é humilhar uma mulher por tomar a decisão mais difícil da sua vida !

5. É maior o direito da mãe a abortar do que o direito da criança a viver?
R: Sim. É a única com direito de escolha, pois é a única que é um ser consciente, com capacidade de decisão. Um feto, por não ter consciência ainda não está ciente da sua existência.
Uma criança tem o direito de viver tal e qual um adulto... só que estamos a discutir fetos, não crianças... Quando comemos uma omelete, estamos a comer ovos e não galinhas. Parece bárbaro mas a analogia serve perfeitamente.

6. Sem razão clínica, abortos são cuidados de saúde?
R: Sim, são. Pelo simples facto que evitam a "pirataria" e os abortos clandestinos, esses sim verdadeiramente perigosos para a saúde, com consequências graves que inclusive podem causar a morte da mulher.

7. Concorda que a saúde de outras mulheres fique à espera? (para que o aborto se faça até às 10 semanas)
R:Esta pergunta é ridicula, uma vez que ninguém vai ficar à espera por de um cuidado de saúde por causa de alguém que vai efectuar uma interrupção voluntária da gravidez. Além do mais, se a lei for aprovada, tudo o que é mulher não vai a correr para os hospitais para abortar, uma vez que, para quem o tem que fazer, é muito provavelmente o pior dia das suas vidas... Com marcas psicológicas que o tempo jamais apaga.

8. Aborto "a pedido da mulher". Há filho sem pai?
R: Não há filho sem pai. Mas há pais que participam na decisão, assim como há mulheres vítimas de maus tratos, cujo parto resultaria num filho de "pai incógnito".

9. Quem engravida gera um filho. Mata-se o filho?
R: Não. Interrompe-se uma gravidez provocando a saída do feto. Matar um filho é fazer vir ao mundo uma criança sem oportunidades, debilitada, doente, que passa a vida de instituição em instituição, que vive no meio de miséria e pobreza... Essa sim é uma criança morta à nascença !

10. É-se mais humano às 10 semanas e 1 dia do que às 10 semanas?
R: Quanto tempo demora a chegar à Clinica dos Arcos em Badajoz ?! Ou é melhor não referir a quantidade de "democratas-cristãs" que frequentam a dita de vez em quando ?! Quaisquer 500€ pagam isso não é ?! Pois, no mundo real, a quem a interrupção voluntária da gravidez pode mesmo fazer falta, 500€ são um luxo não acessível !

PS: Esta é uma opinão. Não vou fazer blogues sobre o aborto, sobre o sim, o não nem o "nim". Não vou pôr links para sites, nem sequer tomar opções político-partidárias...