Que melhor forma de começar senão a falar nas bandeirinhas, bandeiras e bandeironas colocadas em tudo o que é janela, carro, mota, barco, café, casa de pasto, restaurante, loja, jornal, revista, estábulo e manjedoura?
Este fenómeno, que surgiu por alturas do Euro 2004, parece querer perpetuar-se por cada acontecimento futebolístico em que a selecção que representa o nosso país se encontre.
Não o faço, mas também não o critico.
Mas há coisas que de certo modo me fazem pensar e não conseguir chegar a conclusão nenhuma.
Uma delas é o poder que o futebol detém sobre as massas e até, pasme-se, sobre os pseudo intelectuais que inundam a nossa imprensa - escrita, radiofónica ou até televisiva - que passam o ano todo a dizer que o "futebol é intelectualmente pouco estimulante, isso é um fenómeno do povo". Mas quando chega a estas alturas, é o "nosso país que está em causa", e vá de aparecer na televisão de cachecol, de preferência o modelo mais garrido que houver. E até criticam "outros intelectuais", quando eles, curiosamente estão inseridos nesse grupo !
E é esta associação futebol-país que eu não consigo compreender... Ou melhor, consigo, não consigo entender é porque não existirá esta união nos anos em que não existem europeus e mundiais?
O que leva as pessoas em alternar as frases "eu tenho orgulho em ser português" quando há futebol e "eu tenho vergonha em ser português; eu vou mas é viver para Espanha" quando não há ?!
Porque não há esta união em torno da produtividade, da aprendizagem, do conhecimento?
Ou também precisamos de um Primeiro-Ministro brasileiro ?
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